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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Queen - The Works

Um dos 100 melhores LPs que já escutei. E olha que já escutei muitos...
Foi meu primeiro LP. Devia ter uns 11 anos e pedi dica para um amigo
de Ribeirão Preto, o Aureliano, e ele me indicou este. Adorei.
Logo de primeira me deparei com músicas como "Radio Gaga",
"It´s a hard life" e "I want to break free". Foi uma descoberta...
Vale muito a pena!

sábado, 21 de novembro de 2015

Humor

A ideia dessa turma nova do humor (CQC, stand up brasileiro, Porchat etc.) é boa, mas na prática deixa a desejar... Pra quem cresceu vendo Chico Total e Viva Gordo, chega a ser monótono e sem graça às vezes. O humor, para ser engraçado e funcionar, não precisa ser explícito como Chaplin...que era um gênio e nunca vai ter outro igual. O humor, regra geral, pra funcionar, pode muito bem ser implícito e sugerir... O humor é sutil, desconcertante e inteligente... E é por isso que é engraçado!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Homens, mulheres & filhos

 Homens, Mulheres & Filhos 

O livro "Homens, mulheres & filhos" é uma obra de ficção, expondo a nu a vida de algumas famílias norte-americanas. É literatura contemporânea a mais não poder. Chad Kultgen cria uma teia de personagens e aos poucos vai tecendo a vida psicológica e sexual de adultos e adolescentes em tempos de internet e  smartphones. Como há muitos personagens, sugiro que a leitura se dê diariamente, o que não é difícil, dado às interessantes tramas que se sucedem. É perturbador.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Direto ao ponto

Até que ponto não pervertemos a ideia do Amor ?
E por isso... esse vazio... gigantesco... ?
Em cada um de nós ?
Por que ao darmos, já tenhamos pensado em receber algo em troca ?
Que lógica perversa é essa que nos contaminou ?

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Saudade da minha terra

De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão, eu quero voltar

Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada, começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Cortando estradão, saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
Sabía cantando no jequitibá...

Por Nossa Senhora,
Meu sertão querido
Vivo arrependido por ter deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorado

Aqui tem alguém, diz
Que me quer bem
Mas não me convém,
eu tenho pensado
eu fico com pena, mas esta morena
não sabe o sistema que eu fui criado
To aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando,
Com rádio ligado

Que saudade imensa do
Campo e do mato
Do manso regato que
Corta as Campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança
Daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas

Eu vivo hoje em dia sem Ter alegria
O mundo judia, mas também ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas
mãos divinas

Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer

Já ouço sonhando o galo cantando
O nhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando as estradas
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer

(Estêvão Protomartir de Brito Guerra)

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Albergue espanhol

Fugindo de Paris, das expectativas de sua namorada (Audrey Tautou) e de sua família (mãe), Xavier (Roman Duris) passa o seu último ano de faculdade em Barcelona por ter conseguido entrar num programa de intercâmbio estudantil. Logo na chegada, é abordado por um casal monótono composto por um marido neurocirurgião chato e sua bela e reprimida esposa (Cecile de France). Voilá. As aventuras da vida só estão disponíveis para quem se dispõe a vive-las. O filme, dirigido pelo brilhante Cedric Klapisch, não é retilíneo e apolíneo; pelo contrário, brinca com as dúvidas e contradições humanas, principalmente da juventude. Depois de decidir ir, Xavier chega a uma Barcelona caótica e vai morar num albergue de moças e rapazes de diferentes nacionalidades. É uma balbúrdia e um choque de culturas. De fato, a pessoa primeiro precisa se perder para depois de encontrar... Todo ser humano precisa, um dia, abandonar sua casa, seus pais, sair, correr o mundo e viver experiências diferentes.

O que você procura (emprego ideal, corresponder às expectativas dos pais, casamento com a namorada da juventude) pode não ser exatamente o que você precisa... Recomendo vivamente! Somos o resultado das experiências que vivemos.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Pensamento japonês

No caminho de casa para o trabalho, às vezes passo em uma lanchonete de um japonês para comer algo. É sempre bom, e às vezes divertido, observar os diferentes funcionamentos e sistemas dos estabelecimentos comerciais. No dito local, há uma placa com os seguintes dizeres:

PENSAMENTO JAPONÊS

Eu não aceita cheque
Você bravo
Eu aceita cheque e cheque volta
Eu bravo
Melhor você bravo

sexta-feira, 31 de julho de 2015

A Europa e seus fracassos

Artigo publicado em 30/07/2015, na coluna do correspondente do Estadão, GILLES LAPOUGE:

"Ainda o caso dos migrantes. Mas, desta vez, o lugar da tragédia não é a Itália, ao redor da Ilha de Lampedusa, ou na Grécia, nas ilhas próximas da África, mas na França, no norte da França, em Calais. A cidade de Calais é o porto francês que constitui o ponto de partida do Eurochannel, o túnel sob o Canal da Mancha no qual circulam trens diretos entre a França e a Grã-Bretanha. Por que multidões de migrantes se amontoam nesta cidade? São os mesmos migrantes que conseguiram desembarcar na Europa, pela Itália ou pela Grécia, e em seguida foram se esgueirando, durante meses, de país em país até Calais, pois sua meta é a Grã-Bretanha. Portanto, uns infelizes - africanos, sírios, paquistaneses, eritreus, as mesmas figuras fantasmagóricas, as mesmas carcaças devastadas, o mesmo desespero no fundo de seus olhos fixos, sem brilho.

E cada noite, é o mesmo carrossel. Em grupos, nas sombras, 30, 50 homens chegam até o Porto de Calais e ao Eurochannel e tentam embarcar nos furgões. Os guardas os escorraçam. Os migrantes se retiram. Mas recomeçarão dez, cem vezes. Na noite de terça-feira, 2.500 exilados tentaram entrar na Grã-Bretanha. Cinquenta deles conseguiram. Cerca de 20 ficaram feridos. Um migrante foi morto pela manobra de um peso pesado desesperado. Outro foi eletrocutado. (...)

O lamentável episódio, que ocorre após uma série de outros, confirma uma verdade evidente aos olhos de todo o mundo, salvo aos olhos dos governos da Europa: os migrantes são um espinho doloroso no flanco da Europa, da União Europeia. Infelizmente, o drama dos migrantes manifesta de maneira clara que, apesar da União Europeia, o egoísmo sagrado das nações é muito forte no continente supostamente unido. Egoísmo? Por que a Itália deve lutar sozinha, sem um apoio sério de Bruxelas, para acolher multidões de migrantes que só transitam por seu território para se dispersar em seguida por toda a Europa? Por que deixar a Grécia, país em ruína, se debater sozinha com os milhares de africanos moribundos que aportam em suas plagas? E por que a França deve, sozinha, sem um apoio concreto da União Europeia, administrar a presença de 5 mil migrantes acotovelando-se no Porto de Calais à espera de uma carona, quase impossível, para a Grã-Bretanha?

A União Europeia, assim como a zona do euro, não trouxeram a prosperidade à Europa. Trouxeram a crise, o desemprego, o caos. Mas este não é o único fracasso da União Europeia. Ela é praticamente nula em matéria de fraternidade e de economia. Foi incapaz de dar um início à concretização das grandes esperanças que os criadores do euro, há 60 anos, haviam previsto em seu tratado. Eles juraram fazer da Europa um vasto espaço em que o amor substituiria a guerra, um continente onde reinaria a fraternidade. Hoje em dia a fraternidade é bela. É bem verdade que quando do primeiro balbucio histórico da Europa, a futura Roma foi criada por dois irmãos, Rômulo e Remo, que começaram por se matar mutuamente." (Tradução de Anna Capovilla)

sábado, 4 de julho de 2015

Medo de saltar

É feia
Nariguda
Desconjuntada
Muito magricela
Muito branca
Muito alta
Muito baixa
Gorda
Humm... é esquisita

Tem a boca torta
Tem uma boca muito grande
Hálito ruim
Pêlos nas axilas
Não tem bunda
Não tem peito
Fala caipira
Fala demais!
Fala muito rápido
Ahh.. fico zonzo...

É burra
Não entende
Tenho que explicar tudo
Ahh.. cansa...

Tem gênio difícil
Tem transtorno bipolar
Tem síndrome do pânico
Tem umas tatuagens esquisitas
Só fala de trabalho
Só quer se divertir
Não bebe
Bebe demais
Fuma maconha, dá enjôo
Ahh... que overdose...

É doida
Interesseira
Muito ansiosa
Muito volúvel
Muito novinha, não rola papo
Muito velha pra mim
Muito ciumenta
Muito certinha
Não sabe falar de sentimentos
Não é autêntica
Ahh... parece um robô

Tem filho
Quer ter filho
Tá doida pra ter filho...
É tonta
Se faz de tonta...

Não gosta de samba
Nem bossa-nova
Ou MPB
Psicologia
Cinema
Literatura
Ou poesia...
Ahh... que chata...

Olha essa!!! Hum...
                     (Geraldo Meirelles)

terça-feira, 23 de junho de 2015

Cântico negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
                                               José Régio (1901-1969)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Alcunhas

Nas ações penais, os operadores do Direito (advogados, juízes, promotores, defensores públicos etc.) se deparam não só com os nomes dos réus, mas também com a alcunha deles; isto é, o apelido pelo qual são chamados pelos comparsas. É por isso que, lendo os autos de um processo criminal, a gente encontra um documento onde tá escrito, por exemplo, "Réu: Fulano de tal, vulgo "Taturana"". Aqui vão algumas alcunhas com as quais me deparei:

Zoinho
Vesgo
Japa
Gordo
Nariz quebrado
Velhinho
O da Kombi
Loko
Neguinho
Ferrugem
Ceará
Cariri
Gaguinho
Sadan
Russo
Bicudo
Alemão
Zé da muleta
Bahia
Melão
Citroen
Doido
Cabeção
Tim Maia

quinta-feira, 19 de março de 2015

Encontro de Maria Magdalena com João Baptista

Maria Magdalena: "Deve estar com sede."

João Baptista: "Não tanto quanto você. Há quanto tempo está se negando ?"

MM: "O que sabe sobre mim ?"

JB: "Uma mulher caída, divorciada, abandonada.
        Você sabe o que é a dor...
        O que a une à mulher de Herodes ? Ela é uma destruidora de lares.
        Riquezas ? Poder ? Mas o que você ganhou ?

MM: "Um homem, e talvez seu amor."

JB: "É isso que você quer ?"

MM: "Eu fiz tudo para conseguir isso."

JB: "Mas, ainda não é o bastante para você.
        O que você realmente quer ?
        O que você mais deseja ?"

MM: "Eu quero amar e ser amada!"

JB: "Mas o amor de um homem é tão fácil de se perder."

MM: "Eu sei."

JB: "Um amor mais profundo, aquele que traz a paz, é o amor de Deus."

MM: "E onde está este amor ? Na dor ? Na guerra ? Na miséria do mundo ?"

JB: "Deus se esconde de nós para O encontrarmos através da nossa vontade."

Do filme: "Close to Jesus: Mary Magdalene"