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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Saudade da minha terra

De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão, eu quero voltar

Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada, começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Cortando estradão, saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
Sabía cantando no jequitibá...

Por Nossa Senhora,
Meu sertão querido
Vivo arrependido por ter deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorado

Aqui tem alguém, diz
Que me quer bem
Mas não me convém,
eu tenho pensado
eu fico com pena, mas esta morena
não sabe o sistema que eu fui criado
To aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando,
Com rádio ligado

Que saudade imensa do
Campo e do mato
Do manso regato que
Corta as Campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança
Daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas

Eu vivo hoje em dia sem Ter alegria
O mundo judia, mas também ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas
mãos divinas

Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer

Já ouço sonhando o galo cantando
O nhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando as estradas
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer

(Estêvão Protomartir de Brito Guerra)

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Albergue espanhol

Fugindo de Paris, das expectativas de sua namorada (Audrey Tautou) e de sua família (mãe), Xavier (Roman Duris) passa o seu último ano de faculdade em Barcelona por ter conseguido entrar num programa de intercâmbio estudantil. Logo na chegada, é abordado por um casal monótono composto por um marido neurocirurgião chato e sua bela e reprimida esposa (Cecile de France). Voilá. As aventuras da vida só estão disponíveis para quem se dispõe a vive-las. O filme, dirigido pelo brilhante Cedric Klapisch, não é retilíneo e apolíneo; pelo contrário, brinca com as dúvidas e contradições humanas, principalmente da juventude. Depois de decidir ir, Xavier chega a uma Barcelona caótica e vai morar num albergue de moças e rapazes de diferentes nacionalidades. É uma balbúrdia e um choque de culturas. De fato, a pessoa primeiro precisa se perder para depois de encontrar... Todo ser humano precisa, um dia, abandonar sua casa, seus pais, sair, correr o mundo e viver experiências diferentes.

O que você procura (emprego ideal, corresponder às expectativas dos pais, casamento com a namorada da juventude) pode não ser exatamente o que você precisa... Recomendo vivamente! Somos o resultado das experiências que vivemos.