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quinta-feira, 27 de março de 2014

A poesia não espera, surge

A poesia não espera
Ela chama, reclama
Ela até dorme...e muito...
Mas quando acorda
Ela te chama...
Te desperta, agora!

Vai poeta! vai sentimentos
Cruzando os caminhos
Tateando os movimentos
Eu sei que ela surge...
Assim...do nada!
Na clara noite escura
Ela invade
Os meus pensamentos...

sexta-feira, 21 de março de 2014

Eu e as flores

Quando eu passo
Perto das flores
Quase que elas dizem assim:
Vai que amanhã enfeitaremos o seu fim
A nossa vida é tão curta
Estamos nesse mundo de passagem
Ó meu grande Deus, nosso criador
A minha vida pertence ao senhor
                         (Nelson Cavaquinho c/ Jair do Cavaquinho)

quarta-feira, 5 de março de 2014

Conjunto Nacional

Não sei por que gosto tanto do Conjunto Nacional, na Av. Paulista, SP, Capital. Simplesmente gosto. E olha que o freqüento desde o antigo Cine Astor, onde assisti a tantos filmes durante a adolescência. Uma das explicações ouvi outro dia, do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Ele disse que é um espaço democrático, onde a vida urbana flui, criado pelo arquiteto David Libeskind. É um espaço onde todas as classes sociais podem conviver e interagir. Um quarteirão inteiro. Prédios comerciais e residenciais. E em embaixo, há um espaço de convivência coletiva. Tem cinema, café, restaurante, livraria, lojas, farmácia etc. E esse espaço de baixo é vazado. Dá para circular livremente e sair em qualquer calçada nos quatro pontos cardiais. Magnífico! Realmente, é um dos exemplos mais bem acabados de generosidade urbana! Na última semana, fui lá e vi uma exposição sobre a Caligrafia Árabe. Que coisa linda! Fiquei encantado...
 

domingo, 2 de março de 2014

Guignard

 
 
 
Em minhas andanças por Ouro Preto/MG, me deparei com a figura de Guignard. Lá tem um museu dedicado ao pintor. O museu tá pertinho da Praça Tiradentes. Era o último dia...Eu estava triste por ter que ir embora, e já sentia saudades antes mesmo de ter partido...Ouro Preto é uma cidade que cativa a gente. Certa vez vi um filme que tinha a seguinte frase: "A paisagem cura." É o caso de Ouro Preto. Para qualquer lado que você vire e veja, tem beleza, tem poesia, tem alma, tem corpo...E rende uma fotografia. Fiquei hospedado no Pouso do Chico Rey. E depois de 5 dias andando ladeiras acima e ladeiras abaixo, descobrindo minas de ouro, igrejas, o barroco, aleijadinho, comendo aquela comida mineira tão gostosa (um tutuzinho de feijão, covinha mineira, bisteca, torresmo e um quiabo que eu nunca vi igual em toda a minha vida), me deparei com a figura de Guignard. Entrei no pequeno museu. As imagens enebriavam mais do que a música que tocava...Era pura poesia! E me surpreendi com a história da paixão de Guignard por Amalita Fontenelle. Bom, a história é a seguinte: Guignard era um homem comum, suscetível a paixões e medos. Aos 36 anos, conheceu, durante um concerto no Theatro Municipal, a estudante de música Amalita Fontenelle, onze anos mais jovem. Apaixonou-se. Durante os cinco anos seguintes, de 1932 a 1937, passou a produzir cartões dedicados à moça. Com um detalhe: nunca foram enviados.

Ohh...céus...nunca foram enviados... Paixão silenciosa ? Timidez ? Medo de ser rejeitado ? Talvez jamais saberemos. Mas não importa mais...Porque ambos já morreram e não puderam concretizar esse amor. Ela, a Amalita, nunca soube que era tão amada e desejada por esse pintor de alma sensível e dedicada. Isso me abateu. Me deu uma tristeza tão grande...tão triste...que chorei. Saí do museu com a alma dilacerada, porque vi em mim, no menino que eu era na infância, e nas paixões platônicas que tive, amores não declarados (e vividos) e concretizados.