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terça-feira, 6 de outubro de 2020

As moradas do castelo interior

Há livros que não perdem a atualidade. As moradas do castelo interior, Teresa de Ávila; tradução Antonio Fernando Borges, É  Realizações, 2014 é um deles. Esse livro atemporal, escrito no século XVI, no crepúsculo da Idade Média é um convite à vida interior e à comunhão com Deus. Tal jornada demanda um longo caminho; na verdade, nos convida a entrar nesse castelo interior que cada um de nós guarda dentro de si. Teresa se vale de uma metáfora: nossa alma é um castelo composto de muitos aposentos. Jesus não disse, "há muitas moradas na casa de meu Pai"? Muitas coisas existem tanto no plano material quanto no plano espiritual, por isso que rezamos no Pai-Nosso "assim na Terra como no Céu". Desse modo, assim como há muitas moradas na casa do Senhor, há muitas moradas dentro do nosso castelo interior. E Teresa de Ávila nos ensina como adentrar nesse castelo e nos aproximar de Deus. 

Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu em Àvila, na Espanha, em 1515. Com a morte de sua mãe, entrou para o convento das Agostinianas. Em 1532, recebeu a primeira aparição do Senhor. Fez parte da Ordem das Carmelitas descalças. Viajava com frequência. Orou e escreveu muito em sua vida, deixando as "Obras Completas". Cheguei à este livro por indicação de vídeos no You Tube, de duas pessoas que admiro: Haroldo Dutra Dias, palestrante espírita, e Frei Betto. Ambos ressaltam a pureza de Santa Teresa e o grande valor espiritual e literário de sua obra.

Teresa de Ávila, com sua escrita inspirada, nos conta que são 7 as moradas do castelo interior. Em primeiro lugar, para adentrar o castelo, é preciso fazer um recolhimento, é preciso meditação e oração. Noto que, nesses tempos de redes sociais, é necessário deixar um pouco o celular de lado e se dedicar alguns minutos à meditação diária. De uma maneira geral, as três primeiras moradas são as mais difíceis, requerendo esforço pessoal e persistência. A quarta morada é intermediária, onde aprende-se a amar. Não se pode pensar ou racionalizar muito, mas amar a Deus sobre todas as coisas. E depois, amar ao próximo como a si mesmo. As últimas moradas são um pouco mais fáceis, mas requerem concentração e propósito. Trata-se de um clássico da espiritualidade.

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